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Luar de Novela (poema)

Jameson Brandão

Abaixo das galhas feridas
Os seres inquietos
Com dúvidas.

Ativam na mente
A solução percebida
Do que não se percebeu.

Não queiras soluções!
As novas são cheias
E os velhos transbordam.

No anto
Não a vácuo
Mas cheios de deveras.

Medos e dúvidas
Se unem como amigas
Inseparáveis a vidas.

O que era vácuo está se enchendo
E o medo dos desejos dizem olhos
O quão sereno seria.

Os perigos são doidas
Mas o centro não aceita
As marcas e feridas da vida .

Nas dúvidas surgem o belo
O inesperado belo
Mas o belo que é belo.

Seria belo se eles vissem o belo,
Que belo esconde no belo,
E nas árvores podem se revelar.

Quanto de amor seria?
Se o mundo soubesse,
Que o elo do belo é belo.

Mas esconder seria solução
Para as duvidas um troféu
E para os batimentos um trem sem freio.

Não calado podeis
Mas em voz também não podeis
Os elos são limitados.

Os gritos são mudos
O choro sem lágrimas
E as veias sem sangue.

Os sentimentos se multiplicam
E a lua observa
A meninada magrela .

Querendo voar
Correr
Fugir.

Voando pra onde?
As montanhas são altas
E os corações proibidos.

Os passos são calmos
Ao mesmo tempo pesados
E lentos de acalentos.

Lua, lua que nos observa
Os galhos do São João não te escondem
Os meus desejos singelos  e inquietos .

Como não regozijar
Mas o vômito aparece surpreso
E no meu peito os ares são paradeiros.

Onde muito habitou
A nova semeadura não tem flores
Mas no seu plantio apenas rancores dos amores.

Mas adubos eu quero
Mudar o sistema que me prende
Porque não nós dois?

Se a vontade é explicita
E o coração fervoroso
Mas incita e implícita ao amores.

Não sei se dois
Ou apenas um
Mas apenas o que me faz bem.

Nos esconderijos dos verdes
Os cinzas flutuam com a lua
E como as nuvens  apenas passo.

Mas o sistema não se desvai
E fico enigmático
E a  exposição  uma cama explosiva em aro.

Os sentimentos somem
E o amor não é  mais necessário
O clima na rua se tornou vagabo.

Onde foi plantado
Agora consumido
E o grito só em ruídos.

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