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Dodô (conto)

Jameson Brandão


Oh, Dodô! Oh Dodô! Tá quente! Tá quente! 
Gritava a pequena Raquel imitando, ao ver o desespero da tia.
A tia gritava, oh Dodô! Oh Dodô! Tá quente! Tá quente! 
Mas a pequena não sabia o que era.
Parecia ser azul amarelo violeta branco cinza preto, mas afinal o que era esse
Oh, Dodô! Oh Dodô! Tá quente! Tá quente! 
E a situação ia ficando mais difícil, Raquel agora pulava, mas porquê primeiro pulava a tia.
Era pulo para aqui, era pula pra lá, ninguém entendia, mas gritavam
Oh, Dodô! Oh Dodô! Tá quente! Tá quente! 
Mas afinal cadê Dodô? Que a mulher grita e ele não vê! Ou vê e se esconde!
Mas com as mãos em chamas, ou era chamas em mãos?
Mas tia dela, tia de minha tia de tia que também era tia de minha tia, assim gritava a sobrinha que é minha prima, mas sobrinha de tio, que é marido de tia, mas mesmo assim tia gritava.
Oh, Dodô! Oh Dodô! Tá quente! Tá quente!
Bem que minha tia agora pulava e fazia acrobacias com o copo na mão
E dentro do copo, podia ser café, chá e ou suco quente.
A fumaça era grande e a pequena Raquel pulava no embalo e gritava.
Oh, Dodô! Oh Dodô! Tá quente! Tá quente!
Por que assim foi ensinado ou aprendeu de inteligência serena.
E afinal Dodô apareceu? Ou trabalhava no outro copo?
As fumaças subiam, e o café era a onda de minha prima.

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