Jameson Brandão
Está noite, logo após a faculdade, resolvi como toda
noite aguardar meu amigo de infância ao termino de seu trabalho, mas foi numa
simples caminhada entre nossas casas que começamos a conversar sobre os sonhos possíveis
futuros e ele sobre os sonhos possíveis passados. Até parece uma incógnita do
tempo e dos pensamentos, bem, mas eles estão vivíssimos e as marcas do passado
refletem no futuro. Aos quinze anos teve oportunidade de jogar futebol
fora do país, realmente sempre observei sua conduta entre campo bola e jogador,
isso desde os tempos da alfabetização em que estudamos juntos na Escola
Municipal Monte do Paraiso, com certeza tudo era um paraíso até a
infantilidade. Na adolescência tudo muda, seus gostos, desejos. Adolescentes,
almejam o mundo em suas mãos. Mas os seus olhos assinavam para mim uma escrita
profunda em veridicidade no meu ser, ao instante em que dizia que o seu sonho
ainda é ser conhecido pelo seu trabalho, ser famoso, no entanto, perguntei a
ele se o dinheiro era motivo, quando recebi por resposta uma negação, mas que
muitos jogam por dinheiro e ele dizia ser somente por amor ao esporte e o
prazer de vivenciar essas experiências, mas o questionei se o dinheiro não faz
parte dos resultados alcançados pelos sonhos, nesse caso o de ser jogador de
futebol mundialmente conhecido, mas quando se analisa os desfechos dos muitos
que ganham fama e se perdem no mundo, tenho medo que o meu menino perca seu
brilho dos olhos. Ele teve oportunidade, queria ir, na verdade iria, mas seu
pai negou a escrita das letras ao papel que o contrataria. Mas sabemos que o
mundo é perigoso e obscuro, tendo a olhar por um viés que os pais só querem
proteger, mas, proteção em excesso sufoca e atrapalha. Ele não foi, mas o que
seu coração guarda se revela em amargura e arrependimento, não vi culpa em si,
mas deixo acreditar que uma mera assinatura constrói sonhos mais também
destrói.
12
de Abril de 2016 .
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